O PROTESTANTISMO, O LIBERALISMO E A DESORDEM MORAL E SOCIAL HOJE

O Protestantismo, o Liberalismo e a Desordem Moral e Social hoje 
1. A Ruptura da Unidade Cristã

A desordem moral e social que caracteriza o mundo moderno tem suas raízes espirituais profundas na ruptura da unidade cristã provocada pela Revolta Protestante do século XVI. Ao negar a autoridade da Igreja Católica — única depositária da Revelação divina e princípio visível de unidade — o protestantismo introduziu no seio da Cristandade o germe do individualismo religioso, isto é, a exaltação da consciência privada contra a autoridade divina e eclesiástica.

Martinho Lutero, ao proclamar o “livre exame” das Escrituras, dissolveu o princípio de autoridade, substituindo a verdade objetiva e revelada pela interpretação subjetiva de cada indivíduo. A fé, reduzida a um sentimento interior, deixou de ser adesão racional e obediente à doutrina da Igreja. Assim, o protestantismo minou os fundamentos da ordem espiritual e, consequentemente, da ordem social, pois — como ensina São Tomás de Aquino — “a sociedade humana só é ordenada enquanto ordenada ao bem comum, que é o bem moral” (S. Th., I-II, q. 90-96).

2. Do Individualismo Religioso ao Liberalismo Político

A heresia protestante, ao negar o princípio de autoridade sobrenatural, abriu caminho para o liberalismo filosófico e político dos séculos seguintes. A Revolução Protestante gerou, inevitavelmente, a Revolução Francesa: da revolta contra o Papa e a Igreja passou-se à revolta contra o rei e contra toda forma de autoridade legítima.

A liberdade protestante tornou-se liberdade liberal: a liberdade de crer o que se quiser transformou-se na liberdade de agir como se quiser. Assim, o liberalismo é o prolongamento natural do protestantismo no plano social e político.

O Papa Pio IX, na encíclica Quanta Cura (1864), condenou com vigor esse espírito liberal que “se opõe às instituições divinas e humanas” e proclama a independência absoluta da razão e da vontade humanas. O mesmo pontífice, no Syllabus Errorum, denunciou o erro de que “a liberdade de consciência e de cultos é um direito natural do homem” (proposição XV), mostrando que tal princípio conduz à anarquia espiritual e moral.

3. A Desordem Moral: Fruto da Autonomia sem Verdade

Ao romper com a autoridade e a tradição, o homem moderno libertou-se também da lei moral objetiva. A moral protestante, privada do magistério infalível da Igreja, tornou-se fragmentária e subjetiva. O que outrora era pecado passou a depender da interpretação pessoal da Escritura ou do sentimento religioso individual.

Esse relativismo moral deu origem à decadência dos costumes, à dissolução da família e ao hedonismo moderno. O liberalismo, ao proclamar o “direito” de cada um seguir sua própria consciência, transformou o pecado em opção legítima e a virtude em questão de gosto. Assim, a desordem espiritual engendrou a desordem moral e social, onde a lei humana já não reflete a lei divina, mas apenas o consenso efêmero das maiorias.

Como ensina Leão XIII em Immortale Dei (1885), “quando o Estado nega que Deus é o Senhor e Criador de todas as coisas, segue-se necessariamente que a autoridade não tem fundamento seguro, e toda a ordem pública se dissolve”.

4. O Triunfo da Desordem Social

A crise moderna — caracterizada por revoluções, ideologias materialistas, destruição da família e corrupção das leis — é o fruto maduro do tronco protestante e liberal. O Estado laico e secularizado, privado de sua referência a Deus, tornou-se instrumento da tirania das paixões e das ideologias.

São Pio X, em Notre Charge Apostolique (1910), advertia que “o liberalismo é a heresia que destrói o edifício social cristão, substituindo a realeza de Cristo pela soberania do povo e a moral divina pela moral da conveniência”.

A desordem moral — visível nas leis que legitimam o aborto, o divórcio e a imoralidade — não é senão o reflexo da desordem teológica instaurada desde Lutero. Onde Deus deixa de ser reconhecido como Legislador, a sociedade cai sob o domínio da vontade humana, ora anárquica, ora totalitária.

5. O Remédio: O Retorno à Ordem Cristã

O único remédio eficaz contra a desordem moderna é o retorno à ordem cristã, isto é, ao reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só na restauração da fé católica, da autoridade legítima e da moral objetiva pode o homem reencontrar a paz e a justiça.

Cristo deve reinar nas inteligências pela verdade, nas vontades pela lei divina e nos costumes pela caridade. O verdadeiro progresso social não consiste na emancipação do homem em relação a Deus, mas na submissão das sociedades à Sua soberania.

Como ensina Pio XI em Quas Primas (1925):

“A sociedade humana, uma vez submetida ao domínio de Cristo, alcançará a verdadeira liberdade e a paz duradoura, porque a paz de Cristo é a paz no Reino de Cristo.”

Conclusão

Protestantismo e liberalismo são duas faces de uma mesma revolta: a revolta do homem contra Deus. Da negação da autoridade espiritual nasceu a tirania da opinião; da negação da lei divina, a anarquia moral.

Somente o retorno à fé católica integral e à ordem social cristã pode restaurar a harmonia perdida e restabelecer na terra o reflexo da ordem divina — “ut in terris fiat voluntas tua, sicut in cælo”.

Via Página Capela São José .: https://www.facebook.com/SaoJosePatrocinio

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