CATEQUESE.: "DAS DEMORAS DO SENHOR EM NOSSAS VIDAS"
Das Demoras do Senhor Em Nossas Vidas
Na vida espiritual, todos nós experimentamos momentos em que Deus parece calar, atrasar-Se ou ocultar-Se. A Sagrada Escritura, porém, mostra que a “demora” de Deus nunca é ausência, desinteresse ou esquecimento; é sempre pedagogia de amor. O Senhor age no tempo oportuno, de modo a conduzir nossa alma a uma confiança maior e a uma purificação mais profunda.
Muitos personagens bíblicos viveram longas esperas que os prepararam para a missão. Abraão esperou décadas pela realização da promessa (Gn 12; 15; 17), e mesmo assim “creu no Senhor, e isso lhe foi imputado como justiça” (Gn 15,6). Israel esperou séculos pelo Messias. E Jesus, na parábola do juiz iníquo, ensina que Deus “fará justiça rapidamente” aos Seus eleitos (Lc 18,7–8), mas rapidamente segundo o tempo divino, não segundo a nossa "impaciência".
São Pedro nos recorda que aquilo que chamamos de demora é, na verdade, misericórdia:
“O Senhor não tarda em cumprir a Sua promessa, como alguns julgam, mas usa de paciência convosco.” — (2Pd 3,9)
O tempo de Deus não é um atraso, mas um intervalo providencial para a nossa conversão, purificação, crescimento em maturidade e intimidade com Ele.
A demora divina purifica a motivação do coração. Muitas vezes, buscamos a Deus pelo que Ele pode nos dar, não por quem Ele é. No silêncio, porém, Ele nos educa a uma fé amadurecida. Santa Teresa de Ávila dizia:
“Nada te perturbe, nada te amedronte; tudo passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança.” — (Santa Teresa de Ávila, Poesias, n. 9)
A paciência na fé abre espaço para que Deus opere em nós algo maior do que o simples atendimento imediato de um pedido. O Rei e profeta Davi, repetidas vezes, clama pela intervenção de Deus e, ao mesmo tempo, afirma sua confiança:
“Esperei confiante no Senhor; Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.” — (Sl 40,2)
O Rei salmista experimenta que o Senhor “tarda” apenas para fazer nascer uma confiança mais robusta, capaz de sustentar a alma nas tribulações e cruzes futuras. Santo Agostinho interpreta essa pedagogia da seguinte forma:
“Deus não nega o que é bom; apenas o concede no momento oportuno, para que o desejo seja purificado na espera.” — (Santo Agostinho, In Ioannis Evangelium Tractatus 4,6)
Deus nos faz esperar para que nosso desejo seja purificado. Assim, a demora não tem como finalidade apenas conceder algo: ela já vai transformando a pessoa que espera. O objetivo de Deus não é apenas nos dar “coisas”, mas nos fazer santos. Por isso, Ele concede no momento oportuno em que o dom contribuirá realmente para nossa santificação.
A vida cristã implica unir-se sempre a Cristo no mistério da cruz. A demora de Deus em responder é, muitas vezes, um convite à união com o Cristo paciente. Jesus mesmo experimentou o silêncio do Pai no Getsêmani (Mt 26,36–46). Contudo, essa experiência não foi abandono, mas participação no caminho da redenção, e também o silêncio do Senhor todas às vezes nos educa.
As demoras de Deus são muitas vezes prelúdios de graças maiores do que aquelas que pedíamos. O Evangelho de João mostra isso de modo claro no caso da ressurreição de Lázaro. O Senhor Jesus intencionalmente espera dois dias antes de ir até Betânia (Jo 11,6). Seu atraso aparente torna-se ocasião para uma manifestação ainda mais plena de Sua glória:
“Esta enfermidade não é para a morte, mas para a glória de Deus” (Jo 11,4).
Assim também acontece conosco: Deus às vezes retarda uma graça menor para conceder uma maior. Então, aprendamos Cinco razões para as demoras do Senhor em nossa vida:
1. Para aumentar nossa fé, confiança e abandono nas mãos Dele. Logo, o Senhor nos ensina a apoiar-nos n’Ele e não em nossas próprias forças.
2. Para purificar nossas intenções e desejos: A espera revela se buscamos verdadeiramente a Deus ou apenas Seus dons. Pois, muitos querem apenas os Dons, e esquecem de Deus com suas atitudes.
3. Para nos conformar a Cristo e à Sua cruz: A demora nos faz participar do mistério redentor, unindo sofrimento e fé.
4. Para preparar-nos para receber graças maiores: Às vezes pedimos pouco; Deus, ao “demorar”, prepara algo muito melhor.
5. Para que Sua glória resplandeça mais claramente: Após a provação, o agir de Deus aparece com mais força, gerando testemunho.
Então, diante de tudo isso...
"Espera no Senhor e sê forte! Fortifique-se o teu coração e espera no Senhor!" — (Sl 26, 14)
E as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia de Deus descansem em paz!
℣. Dai-lhes Senhor, o descanso eterno.
℟. E a luz perpétua os ilumine.
Descansem em paz. Amém.
℣. Senhor, escutai a minha oração,
℟. E chegue até vós o meu clamor.
"Para Cristo,
por Maria e José,
em súplicas pelas
almas do purgatório".🙏🏾
† Jesus e Maria eu vos amo, salvai almas!
Via Página Apostulim Purgatorium.: https://www.facebook.com/apostulimpurgatorium
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