A VIRTUDE DA PACIÊNCIA E SEUS FRUTOS DERIVADOS:
A Virtude da Paciência e Seus Frutos Derivados
Segundo São Tomás de Aquino, na Suma Teológica (II-II, q.136), define a paciência como a virtude que nos torna capazes de suportar os males com tranquilidade da alma, sem nos deixar abater pela tristeza nem sermos dominados pelo ódio, faz com que suportemos adversidades sem perder a paz da alma. Assim, diz:
“A paciência é necessária ao homem para que, não se deixando abater pelos males, não se desvie do caminho da razão.” (Suma Teológica, II-II, q.136, a.1, ad 2)
Portanto, a paciência é filha da virtude cardeal da fortaleza, porque dá ao homem força interior para suportar sofrimentos e demoras, aguardando a ação de Deus com confiança na sua providência. São Tomás, ao falar das virtudes anexas à fortaleza, mostra que da paciência derivam disposições e atitudes que sustentam o cristão na perseverança e na união com Deus. Podemos destacar:
a) Da virtude da Constância:
A constância é a firmeza em permanecer no bem, mesmo quando as dificuldades e tentações se prolongam. São Tomás na Suma (II-II, q.137, a.2) explica que ela é necessária para “resistir à tristeza que poderia nos afastar das boas obras”. Diz também Santo Agostinho:
“Constância é a paciência prolongada e fiel.” (De Patientia, c. 10). Ele lembra que quem não persevera até o fim não colhe os frutos da paciência.
b) Da virtude Perseverança:
A perseverança é a disposição de não desistir do bem até alcançar o fim último. Segundo São Tomás (II-II, q.137, a.1) ensina que, sem a perseverança, a paciência não chega à perfeição, porque “aquele que começa e não termina não alcança a coroa”.
São Cipriano de Cartago comenta:
“É pela perseverança que obtemos a recompensa prometida. Quem perseverar até o fim será salvo (São Mateus 10, 22).” – (cf. De bono patientiae, c. 9).
c) Mansuetude (suavidade):
Embora São Tomás a coloque como virtude anexa à temperança, a mansuetude tem relação íntima com a paciência, pois ajuda a refrear a ira diante das ofensas. Na Suma Teológica (II-II, q.157, a.1), ele explica que a mansuetude evita que o homem se deixe dominar pela paixão da cólera (ira desordenada). Dizia São Francisco de Sales:
“A mansidão é a flor da paciência. Ela não só sofre as injúrias, mas as sofre com serenidade e sem azedume.” (Filotéia, Parte III, cap. 8)
d) Longanimidade:
É a disposição de suportar por muito tempo as adversidades e de esperar, com confiança em Deus, a realização das promessas. São Tomás a coloca como uma extensão da paciência (II-II, q.136, a.5), explicando que ela “mantém o homem firme no bem, mesmo quando o tempo de prova se prolonga”.
Assim, fala São João Crisóstomo:
“O paciente não apenas suporta, mas suporta por muito tempo; e nisso imita a longanimidade de Deus, que espera a conversão dos pecadores.” (Homiliae in Matthaeum, hom. 19)
e) Benignidade:
A benignidade é o fruto positivo da paciência, que não se limita a suportar, mas transforma a dor em caridade ativa. São Paulo a enumera como fruto do Espírito (Gl 5,22). São Tomás (II-II, q.30, a.3) comenta que a benignidade é “a virtude que inclina a aliviar os males alheios”.
E para São Gregório Magno:
“A verdadeira paciência não apenas suporta o mal, mas retribui o mal com o bem.” (Moralia in Job, XXIV, c. 19)
E ainda, São Gregório Magno, no Moralia in Iob (XXV, cap. 10), escreve:
“A paciência é guardiã da humildade. Sem ela, a alma se revolta; com ela, a alma se submete e se une a Deus.”
O maior exemplo Supremo, São Tomás recorda que o modelo maior da paciência é Cristo na sua Paixão:
“Nada é tão apropriado à paciência como sofrer com equanimidade as injúrias, e isto sobretudo Cristo mostrou em sua Paixão.” (Suma Teológica, II-II, q.136, a.3, ad 3)
Santos como São Pedro também confirmam:
“Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais os seus passos.” (1Pd 2,21)
A paciência, iluminada pela fé, é força ativa da alma que, unida a Cristo, transforma a dor em mérito e a cruz em caminho de glória. A virtude da paciência é uma força espiritual que mantém o homem unido a Deus em meio às provações. Assim, quem cultiva a paciência participa da própria paciência de Cristo e se prepara para “receber a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1,12).
"E as almas dos fiéis pela misericórdia de Deus descansem em paz! — Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno!"
"Para Cristo,
por Maria e José,
em súplicas pelas
almas do purgatório".🙏🏾
- Jesus e Maria eu vos amo, salvai almas!
Fonte Via Página Apostulim Purgatorium.: https://www.facebook.com/ApostoliPurgatoriorum
Comentários
Postar um comentário