POR QUE OS DIÁCONOS PODEM BATIZAR MAS NÃO PODEM CELEBRAR A EUCARISTIA?!
Por que os diáconos podem batizar mas não podem consagrar a Eucaristia?
Alguém pode indagar: "Mas o diácono batizou meu filho — por que ele também não pode celebrar a Missa?"
Ou ainda: "Um diácono pode testemunhar um matrimônio, por que ele não pode ouvir confissões ou ungir os enfermos?”
Essas são perguntas comuns e sinceras entre muitos fiéis, especialmente aqueles que são novos na estrutura da Igreja Católica. O papel de um diácono católico às vezes pode parecer confuso — um ministro que pode batizar, pregar e até mesmo oficiar casamentos... mas não pode celebrar a Missa, consagrar a Eucaristia, ouvir confissões ou ungir os enfermos!
E de fato os diáconos pertencem ao Sacramento da Ordem, no primeiro grau deste sacramento, e eles são ordenados pelos bispos por imposição das mãos. Assim, por que não podem ter a mesma autoridade de um presbítero, que pertence ao segundo grau da ordem?
Vamos esclarecer, então, as dúvidas.
Para isso, devemos compreender a Sagrada Hierarquia. A Igreja Católica tem uma hierarquia divinamente instituída no Sacramento da Ordem:
1. Diácono
2. Presbítero
3. Bispo (Plenitude do sacerdócio)
Cada ordem tem sua missão e autoridade sacramental únicas, e nem todas as funções são compartilhadas entre elas. Essa estrutura não é criada pelo homem — ela se baseia no próprio desígnio de Cristo para a Igreja, visível na vida dos Apóstolos e preservada pela Sucessão Apostólica.
No coração da Missa está a Oração Eucarística, durante a qual o sacerdote atua "in persona Christi" — na pessoa de Cristo — dizendo:
"Isto é o meu Corpo… Isto é o meu Sangue…"
Esta consagração não é meramente simbólica. Através do poder do Espírito Santo, o sacerdote consagra o pão e o vinho, transformando-os no verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo. Este profundo mistério e autoridade foram confiados por Jesus apenas aos Apóstolos e seus sucessores sacerdotais.
Os diáconos não participam do sacerdócio de Cristo da mesma forma que os presbíteros (padres) e bispos. Eles são ordenados não para o sacerdócio, mas para o serviço (diaconia), o que limita seu papel nas funções sacramentais. Diferentemente dos diáconos, os presbíteros, ao serem consagrados (ordenados) pelo bispo, este por pertencer ao último e mais pleno grau da ordem (terceiro grau), comunica, por sua autoridade apostólica, certo poder propriamente sacerdotal aos presbíteros, inclusive o de consagrar o pão e o vinho, convertendo-os no corpo e sangue de Cristo.
Os diáconos não possuindo este poder sacerdotal, não podem atuar "in persona Christi", e, ipso facto, não têm potestade apostólica de consagrar a hóstia e nem o vinho.
Portanto, limitam-se a proclamar o Evangelho, mas não consagrar a Eucaristia. Eles podem auxiliar no altar, mas não oferecer o Santo Sacrifício.
Por que um diácono não pode ouvir confissões ou ungir os enfermos?
Tanto a penitência quanto a unção dos enfermos envolvem o perdão dos pecados, o que, por sua vez, requer o poder sacerdotal transmitido por autoridade e sucessão apostólica, na pessoa dos bispos, para agir "in persona Christi" — a fim de reconciliar os pecadores com Deus. Como os diáconos não são ordenados para perdoar pecados ou oferecer sacrifícios, eles não podem:
• Ouvir confissões;
• Dar a absolvição;
• Ungir com o óleo dos enfermos para cura e perdão.
Mas por que um diácono pode batizar e oficiar o matrimônio?
Eis a beleza da riqueza sacramental da Igreja:
O batismo é a porta de entrada para todos os outros sacramentos e pode ser validamente administrado por qualquer pessoa — até mesmo por um leigo — em emergências.
Como os diáconos são ministros ordenados da Igreja, eles estão plenamente autorizados a batizar solene e oficialmente.
O matrimônio, na teologia católica, é um sacramento que os cônjuges conferem um ao outro. O papel do clero (sacerdote ou diácono) é atuar como testemunha oficial em nome da Igreja. Com a delegação do bispo ou do pároco, um diácono pode testemunhar essa sagrada troca de votos.
Todavia, ser diácono jamais poderá envolver disputa de poder ou ambição de subir na hierarquia; ser "inferior" a um padre não significa "menos importante". Cada grau das Ordens Sagradas — bispo, presbítero e diácono — tem sua intrínseca dignidade conferida por Cristo e trabalha em conjunto para a salvação das almas. Os diáconos são um sinal poderoso de Cristo Servo, lembrando à Igreja que, antes do poder, deve haver amor e serviço.
Então, da próxima vez que alguém vir um diácono na Missa, saiba disto: ele pode não consagrar a Eucaristia, mas traz a presença de Cristo por meio do serviço humilde, da Palavra e do testemunho.
Texto Via Página Sou Católico.: https://www.facebook.com/soucatolicoeadefendo
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