PECADO: TEXTO PADRE LUIZ AUGUSTO
Os homens, em seus juízos modernos, não mais se consideram pecadores. São catalogados como sãos, doentes, bravos, bons, fortes, fracos, ricos, pobres, inteligentes, ignorantes; mas a palavra pecado nunca se encontra. E isso devido ao afastamento do entendimento humano da sabedoria divina – assim, perdeu-se o conceito de pecado. “O pecado do século é a perda do sentido do pecado”.
A alma vive em pecado quando sai de sim mesma e torna-se presa das seduções do mundo exterior, dessa geração má e adúltera. O caminho que leva a Deus é o da interioridade.
A apostasia silenciosa de que falava são João Paulo II transformou-se em apostasia militante. Em nossas sociedades relativistas ninguém mais se reconhece pecador. A falta e o arrependimento tornaram-se estados traumatizantes de alma dos quais é preciso livrar-se para ser espiritualmente saudável. Consideremo-nos vítimas de nossa hereditariedade, de nosso ambiente ou das circunstâncias. Os seres humanos querem ver-se apenas como frágeis e feridos. Tem-se a impressão de que o pecado já não existe; o adultério, o divórcio, a coabitação não mais são consideradas pecados graves. São apenas insucessos ou etapas rumo a um ideal distante. Quem se preocupa com a invasão do hedonismo e do laxismo moral, do desprezo bárbaro às mulheres que são usadas como objeto de prazer pela pornografia e prostituição? Contudo, “se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de tudo o que se opõe a ele. Se dissermos que não somos pecadores, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1Jo 1,8-10). Por que o mundo pós-humanista não quer mais reconhecer o pecado? O pecado não é uma realidade abstrata ou uma manchinha numa peça de roupa. Ele é a rejeição da lei de Deus, a oposição a Deus. O pecado é uma ruptura da aliança, uma degradação da nossa relação pessoal com Deus. O pecado é uma autodestruição comparável à de uma pessoa que se mata com veneno ou drogas. No entanto, Deus não quer que destruamos algo importante em nós mesmos ou nos outros; o pecado Lhe desagrada e O deixa dolorosamente ferido. Deus nos convida à conversão e à rejeição radical do pecado. Se conhecêssemos uma verdadeira conversão do coração, como são Paulo e santo Agostinho, poderíamos realmente tocar a presença silenciosa de Deus em nossa vida. Nas confissões, santo Agostinho chama essa Presença de Vida de sua vida: “Quando estiver unido a Ti com todo o meu ser, já não haverá mais pra mim nem dor e nem fadiga; minha vida, toda repleta de ti, será, então, verdadeiramente vida” (Conf. X, 28.39: PL32, 795).
Como poderíamos viver sem Deus? Sua presença em nós é terrível, desestabilizante, mas ao mesmo tempo vivificante, suave e pacificadora. É distante, por causa dos nossos pecados, mas é próxima por causa da misericórdia infinita de Deus. É assustadora porque nos queima e incendeia qual fogo que calcina, mas ele nos abraça com a ternura de um Pai.
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Salve Maria Imaculada! Valei-nos São José!

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