A SANTA POBREZA
A SANTA POBREZA
"Amadas filhas, como praticais este conselho de pobreza? Não vos sentis
felizes, quando experimentardes os seus efeitos, lembrando-vos que, na prática
desta virtude, estais trabalhando para possuírdes o divino tesouro que é Deus?
Ou quem sabe, se, em vez de vos sentirdes felizes, reclamais de Deus, porque
assim vos prova, dizendo como muitos, que se soubessem o que iam passar na
vida religiosa, nela não teriam entrado!...
Oh! Será que estas assim falando, praticam a virtude deste tão belíssimo
conselho, a pobreza, que desprende o homem do mundo e o eleva até Deus? Ah!
Quem assim fala não chegará a dar a Deus a consolação, que Ele espera, nem
tampouco descobrirá o tesouro divino, pelo qual foi atraída e seduzida...
Oh! Quem vos seduziu quando, não achando paz nas vossas famílias, sentíeis o vosso coração inquieto com desejo de perfeição? Quem foi? Foi este
divino tesouro, que, das profundezas da santa humildade, vos atraiu para que
viésseis trabalhar na extirpação de vossos defeitos, para poderdes entrar na
posse do mesmo.
Amadas filhas, como praticais tão salutar conselho, quando no vosso
coração dais consentimento a tantas vontades, que vos parecem lícitas? Oh! A
religiosa verdadeiramente pobre não aninha vontades no seu coração. A sua
vontade deve ser a vontade de seus superiores; que estão no, lugar de Deus.
Ó religiosa, que aninhas vontades, lembra-te que estás faltando contra o santo voto
de pobreza, que fizeste como demonstração viva de teu amor àquele que te
chamou à perfeição!
A virtude deste voto exige negação completa de todas as vontades próprias, pois, quem nada tem, nada pode pedir, a não ser aquisição do tesouro divino
pelo qual se fez pobre por amor!
Amadas filhas, que Me ouvis, não vos iludais. Lembro-vos. aqui que a
pobreza religiosa consiste em não ter vontades, pois se alguma de vós as possui
não sois pobres, e portanto não chegareis à posse do tesouro divino, que se fez
pobre em tudo, fazendo somente a Vontade de seu Pai.
Ó, se alguma que Me lê sentir dificuldade em praticar este voto, lembre-se
da pobreza de Jesus, medite nesta pobreza e terá forças para praticar este divino
conselho, que desliga as criaturas deste vale de lágrimas e as faz voar no caminho
da perfeição. Um rico tesouro só se alcança depois de muitas lágrimas e muitos
sacrifícios, pois, como disse Jesus, o céu sofre violência e só será dado entrar
nesta morada aos que venceram a batalha. Portanto não basta ser pobre, é
preciso ser casto, e é por este motivo que aos religiosos lhes é pedido o celibato, para que melhor possam guardar a sua pureza, a sua virgindade. Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus.
Sim, aos puros lhes é
dada esta ventura de ver a Deus, e no céu lhes é dado, conforme a virtude deste
conselho, o conhecimento da grandeza deste Deus, que se alimenta de pureza.
Por ser pura Me escolheu como Mãe, por ser puro escolheu a José como
Pai adotivo, por ser puro escolheu a João para recostar sua cabeça no seu
coração, e para se tornarem suas esposas, das que para isso são chamadas exige a
pureza, pela qual o homem entra na intimidade com Deus.
Vede, amadas filhas, que a pureza eleva os homens, pois lhes dá entrada
nos aposentos de Deus, o que quer dizer que eleva o homem a viver na Sua
intimidade. Porém a pureza é mais fácil do que a pobreza e do que a obediência.
(Colóquios de Jesus e Nossa Senhora das Lágrimas com a irmã Amália Aguirre)
Colaboração do Texto Irmã Natália Coppens.: https://www.facebook.com/nathalia.coppens.2025
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